domingo, junho 15, 2008

Ensaio Sobre a Cegueira


Imaginem-se caminhando na rua, fazendo compras, dirigindo um carro e de repente by by visão! Uma epidemia de cegueira atinge toda uma população e a obriga a apelar para meios, muitas vezes insanos e desumanos, para lidar com essa situação que ao longo da história vai ficando cada vez mais caótica.

Ensaio Sobre a Cegueira ilustra uma nova forma de lidar com o mundo, com os próprios sentimentos e os sentimentos de outras pessoas. A cegueira em si funciona perfeitamente de forma metafórica. Já não estaríamos cegos antes da epidemia? Será que prestávamos atenção no outro ou só estávamos preocupados com nossa individualidade?

A descaracterização da individalidade identitária é tão forte no livro que as personagens não recebem nomes próprios; elas são referenciadas por alguma situação ou condição que a marcou (ou marca) bastante. Eis alguns dos exemplos dessas personagens:
o primeiro cego, a mulher do médico, o velho da venda preta, o rapazinho estrábico...

Em seu livro, Saramago aborda também o coletivismo, a dignidade, o feminismo e certamente muitas outras questões, que só vou perceber em uma segunda (terceira, quarta...) leitura.
As mulheres, em especial, ganham muito destaque na história. Elas são fundamentais no transcorrer dos acontecimentos e são geralmente as responsáveis pelos momentos-chave da história.

Em um certo ponto do livro um grupo de mulheres deve se subter a uma situação, no mínimo, humilhante para que, nem elas pessoas e as outras das quais elas gostam, não passem fome. E é em momentos como esses da obra que nós nos perguntamos até que ponto o homem retrocede em sua dignidade. Chocante isso, muito forte.

Quando eu ler mais algumas vezes Ensaio Sobre a Cegueira, volto aqui e escrevo mais uns posts sobre o livro.



...



Outro dia, alguém disse que não conseguiu terminar de ler Saramago porque “ele não pontua”. Conselho? Tenta de novo. Senão você vai perder a chance de ler um autor, no mínimo, instigante.

3 comentários:

Sérgio Rodrigo disse...

Meu olhos enchem de lágrima. Não sei como sobrevivi durante todos esses meses sem seu blog. Mas o Senhor iluminou seus caminhos e te inspirou a voltar a escrever. Entrarei aqui semprte já que não há nada mais relevante e criativo, enquanto informação, na net.

Katting, você arrasa!

Beijos.

katilaine disse...

hahahahahahaha

pessoa debochada!

Ainda assim, toda ironia tem um fundo de verdade...aposto que sentiu mesmo falta do meu blog

Sérgio Rodrigo disse...

Adoro!