sexta-feira, maio 09, 2008

Finalmente


Terminei, finalmente, de ler Ensaio Sobre a Cegueira, do português José Saramago. Digo finalmente porque me custou, primeiro, conseguir o livro. Na Biblioteca da faculdade havia reservas e reservas na minha frente. Baixei a obra, então, da internet mas aí já surge aquela complicaçãozinha: quem agüenta muito tempo na frente de um computador? Ainda mais quando tem uma fila de gente no apê querendo usar o computa também...

Fui aos sebos. "Ah, vendi ontem", "acabei de vender; um livro de Saramago dificilmente fica muito tempo aqui.", eram o que diziam os donos dos tais estabelecimentos. O jeito foi esperar chegar minha vez na fila de reservas =(

Valeu a pena!!! Mais uma vez aquela forma dele de escrever me surpreendeu. Gente, como alguém consegue fazer aquilo??? Já comentei no post anterior o estilo dele, sim? Pois então vamos à história, mas no post acima.

terça-feira, maio 06, 2008

Meu caso com Saramago


Começou com o Evangelho Segundo Jesus Cristo e se consolidou com Ensaio Sobre a Cegueira. No começo estranhei, e como estranhei, aquele jeito dele de escrever, sem ponto de interrogação, exclamação, nenhum travessão ou aspas que indicassem quando era a fala de uma personagem. Parágrafos que podem ocupar páginas sem que haja um ponto final que facilite a vida do leitor, como acompanho um texto assim, me perguntei, passaram algumas páginas e, o que antes parecia confuso, me pareceu tão fluido. Cada um vive Saramago de forma única, disseram-me, é pode ser, vai saber quem acha José Saramago fluido.

Complicado falar de "O Evangelho...", deveria ter lido a Bíblia. Li por aí que o chamaram de herege. Perguntei para alguns católicos e eles me deram sua versão para a hisória de Jesus Cristo, perguntei para evangélicos, lá vem outra versão; mexer com histórias bíblicas, isso dá polêmica, e Saramago está no meio dela.
E Ensaio Sobre a Cegueira, como apareceu para mim? Um texto que diz que estão a produzir um filme sobre um livro que tem cenas aparentemente instransponíveis para o cinema desperta a curiosidade de qualquer um, despertou a minha. Lá fui eu descobrir a saga da mulher do médico, da rapariga dos óculos escuros, do velho da venda preta, um estudo, uma previsão, um ensaio, sobre o ser humano, como este se adapta a uma nova forma de lidar com o mundo, fascinante, repugnante.
Tem muitas outras questões no livro, mas deixa pra depois.

Eu Sou a Lenda


Ele está numa locadora de filmes e uma mulher lhe chama a atenção. Ele exita um pouco, pensa se deve ou não puxar conversa, até que ele se decide e vai ter com a tal moça. Faz perguntas triviais (é só uma tentativa de iniciar uma conversa mesmo...). Mas ela não responde, não manifesta qualquer reação. Ele mesmo, e todos que assistem a Eu Sou a Lenda, sabem o porquê disso.


“Ele” é o tenente-coronel e cientista Robert Neville (Will Smith), o único sobrevivente, não infectado, de uma epidemia que arrasou Nova York e certamente todo o planeta. Dos que sobreviveram, uma parte se transformou em “caçadores da noite”, pessoas com características meio vampíricas e irracionalmente animalescas. Os outros são pessoas imunes à doença, mas que se tornaram presas dos caçadores da noite – o que leva a crer que a população racional na terra é praticamente inexistente.


Para manter a sanidade num ambiente desolador, Neville segue uma rotina rigorosa na qual passa o seu tempo caçando animais silvestres no meio da cidade, jogando golfe ou tentando descobrir a cura para a tal doença.


Will Smith passa a maior parte do tempo atuando sozinho (ou com um cachorro) e isso não é pra qualquer um. O homem convence. Carismático, engraçado e ao mesmo tempo dramático, ele consegue dar o tom do personagem que vive à beira da loucura por causa da solidão em que se encontra. Aliás, a moça lá do primeiro parágrafo era uma manequim de loja, um boneco. E Neville sabia disso. É uma cena bastante ilustrativa da situação limite em que vive o personagem.


Eu Sou a Lenda não é nem tanto uma produção limitada ao gênero ação (o que muito me agradou) mas muito mais de tensão, angústia. O filme não se preocupa em esmiuçar cada motivação da história. Nós, espectadores, presumidamente inteligentes, descobrimos os porquês dos acontecimentos em detalhes sutilmente jogados ao longo da produção. Nós interpretamos as cenas. (Já meu namorado ficou injuriadíssimo com essa característica da película)



O filme é baseado no livro Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson, lançado em 1954. Existem duas outras adaptações cinematográficas sobre a mesma obra. Uma de 1964, chamada Mortos que Matam; e a outra com o nome A Última Esperança Sobre a Terra, lançada em 1971.



Diretor: Francis Lawrence. Com Will Smith, Alice Braga, Emma Thompson