terça-feira, maio 06, 2008

Eu Sou a Lenda


Ele está numa locadora de filmes e uma mulher lhe chama a atenção. Ele exita um pouco, pensa se deve ou não puxar conversa, até que ele se decide e vai ter com a tal moça. Faz perguntas triviais (é só uma tentativa de iniciar uma conversa mesmo...). Mas ela não responde, não manifesta qualquer reação. Ele mesmo, e todos que assistem a Eu Sou a Lenda, sabem o porquê disso.


“Ele” é o tenente-coronel e cientista Robert Neville (Will Smith), o único sobrevivente, não infectado, de uma epidemia que arrasou Nova York e certamente todo o planeta. Dos que sobreviveram, uma parte se transformou em “caçadores da noite”, pessoas com características meio vampíricas e irracionalmente animalescas. Os outros são pessoas imunes à doença, mas que se tornaram presas dos caçadores da noite – o que leva a crer que a população racional na terra é praticamente inexistente.


Para manter a sanidade num ambiente desolador, Neville segue uma rotina rigorosa na qual passa o seu tempo caçando animais silvestres no meio da cidade, jogando golfe ou tentando descobrir a cura para a tal doença.


Will Smith passa a maior parte do tempo atuando sozinho (ou com um cachorro) e isso não é pra qualquer um. O homem convence. Carismático, engraçado e ao mesmo tempo dramático, ele consegue dar o tom do personagem que vive à beira da loucura por causa da solidão em que se encontra. Aliás, a moça lá do primeiro parágrafo era uma manequim de loja, um boneco. E Neville sabia disso. É uma cena bastante ilustrativa da situação limite em que vive o personagem.


Eu Sou a Lenda não é nem tanto uma produção limitada ao gênero ação (o que muito me agradou) mas muito mais de tensão, angústia. O filme não se preocupa em esmiuçar cada motivação da história. Nós, espectadores, presumidamente inteligentes, descobrimos os porquês dos acontecimentos em detalhes sutilmente jogados ao longo da produção. Nós interpretamos as cenas. (Já meu namorado ficou injuriadíssimo com essa característica da película)



O filme é baseado no livro Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson, lançado em 1954. Existem duas outras adaptações cinematográficas sobre a mesma obra. Uma de 1964, chamada Mortos que Matam; e a outra com o nome A Última Esperança Sobre a Terra, lançada em 1971.



Diretor: Francis Lawrence. Com Will Smith, Alice Braga, Emma Thompson

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