segunda-feira, outubro 30, 2006

Geração Roubada


Baseado em história real, Geração Roubada vale por apresentar ao mundo um momento histórico vergonhoso da Austrália. Até meados do século XX meninas de origem aborígene eram retiradas de suas famílias e colocadas em orfanatos para que fossem "civilizadas". A intenção, na verdade, era promover o casamento dessas meninas com homens brancos com o intuito de "clarear" a pele das gerações seguintes. Ridículo, não? E pensar que ainda hoje existem movimentos que cultivam este tipo de idéia...

sábado, outubro 21, 2006

Feliz Ano Velho; de Marcelo Rubens Paiva


O autor Marcelo Rubens Paiva ficou tetraplégico ao pular de cabeça em um lago de meio metro de fundura.Ele tinha apenas 20 anos na época do acidente e resolveu contar sua história em um livro, Feliz Ano Velho,lançado em 1983. No livro, ele intercala os momentos pós-acidente com sua autobiografia, que conta ainda com um pai desaparecido na época da ditadura.

Tudo muito triste, não é? Pode ser, mas o cara escreve o livro de forma tão descontraída, e com tanta sinceridade, que em alguns momentos (vários) a gente chega a dar boas risadas. Ele, por exemplo, revela o nome das meninas com as quais já transou; ou relata os estranhos hábitos dele com um gatinho, sem demonstrar qualquer constrangimento.

Feliz Ano Velho na época do lançamento foi um fenômeno de vendas e dividiu a crítica especializada pela forma nada rebuscada de escrever ("me levaram prum cinema"). Da minha parte, estranhei bastente esse excesso de coloquialismo. E por mais que seja engraçada a sinceridade excessiva do autor, um pouco de sutileza no tratamento de alguns personagens não faria mal algum ao livro.

terça-feira, outubro 17, 2006

Minha Vida Sem Mim


Jovem, mãe de duas meninas, descobre ter câncer e que morrerá em poucos meses. A partir daí, ela passa a "preparar o cenário" para que sua família continue a viver, relativamente bem, sem ela.

A história todo mundo já viu em algum outro filme. Mas ela é tão bem conduzida pela diretora Isabel Coixet e bem representada pela atriz pricipal, Sarah Poley, que fica difícil não se deixar encantar por Minha Vida Sem Mim. Faz refletir sobre quais são nossas reais necessidades, ganhando em certos momentos um tom meio filosófico sobre a vida. Emociona e faz parar para pensar (como sempre nesses tipos de filme).

sábado, outubro 14, 2006

Apocalipse Now (Post 2)


Apocalipse Now faz uma pequena, mas importante, abordagem sobre o papel da imprensa na guerra do Vietnã. Há duas passagens que indicam bem isso. A primeira é no desembarque americano pós-bombardeio a uma cidade vietnamita. Nesse momento vemos dois jornalistas; enquanto um deles filma o desembarque o outro grita para os soldados, "continuem correndo porque estamos filmando e não olhem para a câmera!", como se estivesse dirigindo a cena de um grande espetáculo. Em outro ponto do filme, o coronel Kurtz lê o trecho de uma reportagem da revista Time que afirma haver dados suficientes que comprovem a vitória dos EUA na guerra. E como a maioria de nós sabemos, não foi bem isso o que aconteceu.

Duarante a guerra do Vietnã, tentou-se usar o poder da mídia para conseguir o apoio da população norte-americana ao ataque dos EUA ao terrtitório vietnamita. Não deu certo.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Apocalipse Now Redux (Post 1)



No final da década de 1970 Francis Ford Coppola fez o filme que melhor "retrataria" a guerra do Vietnã, o estado de loucura em que muitos dos soldados ficavam e o absurdo que foi a existência dessa guerra. Em um dado instante um personagem chega a afirmar que os Estados Unidos "estavam lutando pelo maior nada da história". Apocalipse Now Redux, em certos momentos, mostra a guerra como se fosse um grande espetáculo promovido pelos Estados Unidos, vide a cena de um ataque a uma cidade vietnamita sob o som de "A Carga das Valquírias" de Wagner.

A figura central do filme é Coronel Kurtz (Marlon Brando), um homem que enlouqueceu durante a guerra e montou seu próprio exército dentro da selva vietnamita, tornando-se um problema para o governo a americano. Assim, Capitão Willard (Martin Sheen) recebe como missão matar o enigmático coronel.

Destaque para Robert Duvall, que interpreta um coronel que põe seus soldados para surfarem (!) nas praias vietnamitas em meio a bombardeios, e para Lawrence Fishburn (o Morpheus, de Matrix) com menos de 20 anos.

Ah, esse filme tem até The Doors...

sábado, outubro 07, 2006

Dogville



Tive vontade desligar o dvd quando comecei a ver Dogville. Estranhei a falta de cenário, que é representado por demarcações no chão. Mas (e um mas nessas horas é necessário) à medida que a história do filme se desenvolvia percebi que estava diante de uma das melhores e mais originais obras cinematográficas a que já assistira, sem medo do exagero.

A história: Grace (Nicole Kidman) é uma mulher perseguida por gângsters que se refugia na cidade de Dogvile. Para ser aceita no local ela se submete a prestar favores aos moradores, que no começo rejeitam a ajuda da moça mas que com o tempo passam a explorá-la e a abusar de sua boa-fé nos seres humanos.

Dogville, faz uma alegoria do caráter mesquinho das pessoas. No início somos todos generosos, tendemos a mostrar o que aparentemente temos de melhor. Com o tempo, deixamos transparecer o que somos, "mostramos nossas garras" como coloca o filme.

O diretor de Dogville Lars Von Trier desenvolveu o filme como a primeira parte de uma trilogia sobre os Estados Unidos. A segunda parte, Manderley, já foi lançada. E aqui estou eu curiosa para assisti-la.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Amarelo Manga


Vi Amarelo Manga há poucas horas e ainda não tenho uma opinião plena sobre ele. É um filme que foge à regra esteticamente limpa das produções cinematográficas. Choca em vários momentos, mas chega a ser engraçado.

Este filme mostra um lado periférico de Recife, de pessoas marginalizadas socialmente. Poderia ter sido ambientado em qualquer outro lugar do Brasil. Os cenários têm uma aparência suja, os personagens são mostrados de forma crua, ou seja, realista. Bem diferente do que estamos condicionados a ver tradicionalmente.

Ainda não sei qualificá-lo adequadamente, mas sei que gostei do resultado.

Detalhe: Descubram as diversas utilidades de uma escova de cabelo e de um nebulizador. Ai, a imaginação humana...

terça-feira, outubro 03, 2006

Três Enterros


Melquiades Estrada é um imigrante ilegal mexicano nos Estados Unidos. Tem família e uma história pessoal como qualquer pessoa. Mas acaba sendo assassinado, indignamente enterrado em vala comum e o culpado por sua morte é deixado impune. Pete Perkins (Tommy Lee Jones), melhor amigo de Estrada,então, captura o assassino e obriga-o a levar o corpo de Melquiades até seu lugar de origem para que tenha um enterro digno.

Ao mesmo tempo que o filme parece querer mostrar que devemos respeitar e valorizar as pessoas independentemente de origem ou classe social, somos colocados frente a personagens com vidas "vazias". Pete e o assassino de Melquiades durante a viagem alcançam algum tipo de significado para suas vidas.

Como cenário vemos o sul dos Estados Unidos e o norte do México. É impressionante como quase não há diferença entre os dois lugares. O destaque para essa semelhança dos locais não é coincidência. Chama a atenção para a forma como os mexicanos são tratados naquele país.

Três Enterros é a estréia do ator Tommy Lee Jones na direção de filmes para cinema. É um ótimo começo.

domingo, outubro 01, 2006

X-men 3


O primeiro foi bom, o segundo foi perfeito, o terceiro foi frustrante. Prometeram-me uma grande batalha batalha final, esperei ver um monte de mutantes do bem lutando mas só vi uns cinco X-men na tal batalha. Os mutantes do exército de Magneto eram, no mínimo, estúpidos. Personagens com potencial como Colossus e Anjo tiveram participações reduzidas. E Jean Grey parecia mais uma mulher com grave crise de tpm e com grandes poderes.

Ah, a história: descobriu-se a "cura" para o gene mutante e os x-men, então, tem de enfrentar o a pressão da sociedade para que se curem. Nisso tudo, X-men 3 tem um mérito que merece ser ressaltado. Aborda a intolerância às diferenças, o que torna possível fazer um paralelo com a nossa realidade.